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domingo, 27 de julho de 2014

Brasil: O Estado ou o Mercado?

Dando sequência à nossa discussão sobre os caminhos para o desenvolvimento do país, vamos nos perguntar o que o Estado e o que o Mercado podem nos oferecer.




No post anterior, foi tratada a questão do que torna um país desenvolvido. Um país desenvolvido é aquele que fornece bens e produtos a sua população que maximizam a satisfação de suas necessidades. Foi dito ainda, que o desenvolvimento não é algo dado, não pode ser aprendido num manual de instruções, mas, é sim, o acumulo de conhecimento e experiências de um povo. 

Desta forma, se olharmos para o Brasil, podemos dizer que o nosso país é um dos mais desenvolvidos do mundo no setor agrícola. Temos conhecimento e experiências acumuladas em muitas culturas que nos tornam os maiores produtores mundiais, como cana-de-açúcar,  soja, algodão, café, entre outras. Assim, um país pode ser desenvolvido em certas áreas, e subdesenvolvido em outras. 

Os países considerados desenvolvidos são aqueles que conseguem ter um alto nível de desenvolvimento em muitas áreas, especialmente, naquelas chamadas demandas sociais, como educação, saúde e segurança. Mas, este desenvolvimento é fruto de experiências acumuladas ao longo do tempo. Na virada do século passado, em 1900, os países do mundo tinham um nível de desenvolvimento, mais ou menos parecido. A diferença entre os mais e menos desenvolvidos era muito menor que hoje. Porém, alguns se desenvolverem mais ao longo do tempo, enquanto outros estagnaram ou seguiram devagar. 

Normalmente, enxergamos o Estado como o responsável por promover o desenvolvimento de um país. Conclusão, que apenas começamos a esboçar uma resposta contrária no post anterior. E que vamos aprofundar mais neste. 

O Estado como indutor do desenvolvimento

O modelo que coloca o Estado como força indutora de desenvolvimento é predominante no Brasil. Consideramos que o nosso governo tem a capacidade, ou pelo menos, a obrigação de resolver todos os problemas da sociedade. Entre ter uma solução oferecida pelo mercado e outra pelo estado, normalmente, optamos pela última. 

Em geral, acreditamos que o estado é desprovido de interesses próprios, como o lucro que é o objetivo de toda empresa, e portanto, a sua solução é mais justa, pois, além de atender a todos, costuma ser gratuita. 

Não vamos entrar nos muitos equívocos que esta ideia traz. Ficará para uma outra postagem. O que nos interessa é avaliar se o desenvolvimento promovido pelo Estado é mais eficaz. 

Ao pensarmos no estado como os pais no exemplo do post anterior, veremos que o um modelo baseado no estado é como os pais da primeira criança. Protetor em excesso. Logo, seremos um povo que irá arriscar-se menos, e irá desenvolver menos conhecimento e experiência. 

O problema com o estado é que ele exerce monopólios. Observe, a qualidade dos serviços que são exclusividade do estado. Você está satisfeito com eles? Acredita que são bem prestados? Provavelmente, não. Há dois problemas aí. O primeiro é que como o estado detém o monopólio, então os cidadãos não tem outra alternativa se não utilizar o serviço bom ou ruim que o governo oferece. Sem sofrer concorrência, o estado fica sem o incentivo para que continue melhorando sempre a qualidade. 

O segundo problema, é que reduzimos em muito a possibilidade de experiência da população. Num mercado sem o governo, com empresas privadas competindo, você passa a contar com diversas soluções para um mesmo problema. Veja a educação. Para quem só pode contar com a educação pública, não há escolha. Ele terá que aceitar o serviço oferecido pelo estado, que é muito parecido em qualquer escola pública que ele vá, com poucas variações na qualidade. Porém, quem tem a alternativa da escola privada, poderá escolher a educação que mais se adeque às necessidades de seu filho. Não apenas na qualidade, mas, também no conteúdo do que é ensinado. Podendo escolher uma escola mais experimental, mais tradicional, religiosa, etc. 

Assim, o desenvolvimento provido pelo estado é sempre muito limitado. Por produzir menos experiências e por não ter incentivo de melhoria contínua que a iniciativa privada possui. Pode até, alcançar o desenvolvimento algum dia. Mas, será muito mais lento e atrasado com relação aos demais. 

O mercado promovendo o desenvolvimento


A alternativa ao estado é o mercado livre e desregulado pelo governo. No Brasil, são raros os que percebem a superioridade deste modelo, tão acostumados que estamos com o estado para resolver tudo em nossas vidas. 

O mercado é imperfeito, fato. Mas, o estado também é, como provam os serviços prestados por ele. Porém, o estado traz muitas vantagens que permitiram a países como os Estados Unidos, o Japão, a Coréia do Sul, Hong Kong, Cingapura, se desenvolverem muito acima de outros países do mundo. 

O mercado, por meio de empresas privadas livres, oferece uma quantidade muito superior de soluções para um mesmo problema. Basta ir num supermercado, e para cada tipo de produto você terá uma variedade de opções. São muitas vezes apenas variações de um mesmo produto, mas, permite a você maximizar a satisfação de uma necessidade que possua. Imagine que você deseja comer pão. Pela lógica do desenvolvimento baseado no estado pão é pão, logo, bastaria um único tipo de pão. Como, graças a deus, o governo ainda não se delegou  a obrigação de controlar as padarias, nós temos uma enorme quantidade de opções. Você tem pão salgado a doce, passando por vários tipos e tamanho. Um mesmo tipo de pão, pode ter diferenças de uma padaria para outra. Assim, a padaria A pode fazer o melhor pão para o seu vizinho, mas, você não ficaria tão satisfeito com o pão de lá, quanto fica com o que é feito na padaria B. Ambos, podem maximizar suas satisfações. 

Além disso, as empresas tem o incentivo para continuar a qualidade do seu produto, devido a concorrência. Assim, a padaria A irá se esforçar para fazer um pão que seja mais do seu agrado para conquistar você. Da mesma forma, a padaria B, procurará fazer um pão ainda melhor para não te perder para A. 

Assim, o desenvolvimento promovido pelo mercado é muito mais eficaz e rápido. Ao ter várias empresas procurando a solução que maximiza as satisfações dos clientes de um determinado bem ou serviço, você está ampliando muito mais o número de experiências e conhecimento que aquele povo acumula. E em termos de desenvolvimento, os fracassos tem peso semelhante ao sucesso, ou até superior. Quando uma empresa fracassa na prestação de um serviço, os seus consumidores não ficarão na mão, e poderão optar pelo serviço oferecido por uma de suas concorrentes. 

Ou seja, com o mercado, ninguém é obrigado a continuar pagando e usufruindo por um serviço ruim. Pode simplesmente cancelá-lo. Já um serviço ruim prestado pelo estado não tem alternativa. Ou você aceita, ou aceita, e terá que continuar pagando mesmo que ele não sirva às suas necessidades. 

O que torna um país mais desenvolvido não é ter políticos e governos melhores que outros. Isto ajuda, mas, o que realmente faz diferença é todo conhecimento e experiência acumulados que existe dentro da sociedade, independente do governo do momento. Os países desenvolvidos não nasceram assim, eles aprenderam como se tornar desenvolvidos, e continuam buscando meios para se desenvolver ainda mais. 

Então, qual modelo de desenvolvimento você acredita seria melhor? Qual o modelo que deveríamos adotar no Brasil? Seguir com o atual, ou mudar? 


Leia o post inicial que deu origem a este aqui: O que o Brasil precisa para se desenvolver? 

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