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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cinema: Personalidades: Sybille Schmitz

"Eu quero dormir. Para sempre."



Sybille Maria Christina Schmitz, nasceu em 02 de Dezembro de 1909, na cidade de Rheinscheidt, próximo a Düren, na Alemanha. 

Sybille tinha como principais características os seus grandes e tristes olhos e costumava atuar no papel de mulheres misteriosas que guardavam histórias trágicas. E estas características pareciam um reflexo da sua vida. 

O seu primeiro trabalho no cinema foi no curta Accident! em 1928. Ela viria a chamar a atenção do público em 1932, no filme de Carl Theodor Dreyes, O Vampiro. Ao longo dos anos 30 a carreira de Sybille deslanchou e ela se tornou uma das grandes estrelas do cinema alemão, ao interpretar a personagem Claire Lennartz em F.P.1 antworteit nicht, de Karl Hartl.

A ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, contudo, marcou a decadência de sua carreira. Apesar de não ter sido oficialmente colocada na lista negra do nazismo, se tornou cada vez mais difícil para ela conseguir papéis a altura de sua fama. Enquanto muitas grandes atrizes alemãs se mudaram para os EUA, Sybille, dizia-se tinha uma aparência muito estrangeira para Hollywood. E na Alemanha, consideravam que ela tinha uma aparência excessivamente judia. 

Ainda assim, continuaram surgindo papéis para Sybille, que ofereciam um salário até razoável, mas, os quais não a agradavam artisticamente. Em 1943, ela estrelou Titanic, versão alemã do trágico naufrágio. Mas, o filme foi banido pelos nazistas. E voltou a ser banido em 1950 pelos aliados. 

Uma vida trágica

Sybille teve uma vida, que poderia ser de alguma de suas muitas personagens no cinema. Ela viveu durante alguns anos com o diretor Frank Wysbar, que era alcoólatra e Sybille começou a beber cada vez mais também. 

Ela foi casada com Harald G. Petersson. O casal decidiu se mudar para Krimml, na Aústria, após a sua casa em Berlim ter sido bombardeada durante a guerra. 

Ao ver os papéis no cinema tornarem-se cada vez mais raros, Sybille passou a atuar em pequenos teatros. Um deles foi o Teatro Atelier de Beate Von Molo. Ela e Beate começaram a se relacionar, e este envolvimento aliado ao seu vício cada vez maior pela bebida, fizeram com que o casamento com Petersson chegasse ao fim. 

Sybille Schmitz
Em 1953 ela caiu bastante doente, e foi tratada pela dra. Ursula Moritz e sua governanta Klara Schweikhardt. Elas controlavam a vida de Sybille e decidiam quem tinha acesso à atriz. Ela então tornou-se cada vez mais dependente do álcool e das drogas e chegou a vender tudo o que tinha para manter o vício. Olga Tschechowa ofereceu um tratamento gratuito em sua companhia, para que recuperasse seu antigo visual, mas, ela recusou o tratamento afirmando que o seu caso estava além da possibilidade de cura. 

Em 1955, ela pôs fim à própria vida tomando uma overdose de remédios para o sono. Em seu funeral apareceram diversas personalidades alemãs, mas, seu ex-marido Petersson não apareceu. A Dra. Moritz foi levanda a julgamento sobre a participação dela na morte de Sybille. Mas, o tribunal a julgou inocente. 

Tributo a Sybille


Em, 1982, o prolífico diretor, Rainer Werner Fassbinder levou sua história para o cinema, no excelente O Desespero de Veronika Voss

Sybille, ainda foi tema do documentário em 2000, de Achim Podak, Dance with Death: The Ufa Star Sybille Schmitz (Dançando com a Morte: A estrela da UFA Sybille Schmitz, em tradução literal). 

Sybille é lembrada ainda na série japonesa Vampire Hunter D, em que um das aparições de fantasma num episódio se chama Sybille Schmitz, fazendo referência a sua atuação em O, Vampiro.

Leia nossa crítica sobre: O Desespero de Veronika Voss

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