Continuando o post sobre a Máxima Eficácia Organizacional:
Para atingir a máxima eficácia na aplicação de seus recursos a organização precisa ter objetivos bem definidos. Somente assim, ela passa a ter um meio de mensurar o retorno obtido no uso de seus recursos. Organizações com objetivos muito genéricos e amplos tendem a perder o controle dos recursos aplicados e tendem a um nível de eficácia baixo.
As pequenas empresas são as que apresentam menor eficiência, e consequentemente menor eficácia. O que explica a alta taxa de mortalidade entre este grupo de organizações, uma vez que os recursos para elas são ainda mais escassos e sendo aplicados de forma ineficiente esgotam-se mais rapidamente levando à falência. A razão para este fenômeno é que empresas pequenas não dispõem de planos estratégicos que definindo bem os seus objetivos possam orientar a aplicação eficiente de recursos, tampouco instrumentos de controles de dados operacionais e avaliações da satisfação do consumidor..
Imagine uma empresa, recém-criada, fundada por um ex-empregado de carteira assinada que decide montar o seu próprio negócio. Os recursos que ele dispõe foram provenientes da rescisão de seu antigo contrato de trabalho. Ao começar a montar o seu negócio ele se depara com uma série de custos não esperados: taxas cobradas pelo governo para liberar as licenças da empresa, custos de implantação como reformas do espaço de seu empreendimento, e os custos de montagem do estoque inicial da empresa. A empresa começa a operar e o novo empresário quer conquistar o maior número de clientes possível. Aceitemos que implicitamente o objetivo definido pelo empresário seja o de maximizar vendas. Oferece então condições e benefícios para seus clientes. Os clientes começam a surgir e a comprar no seu estabelecimento, mas, até aqui o novo empresário não possui qualquer noção do que atrai os clientes para a sua loja.
As empresas que não possuem um plano estratégico, que antecede a abertura do negócio, deveriam ter pelo menos já durante a fase de operação um controle estrito de todos os dados operacionais, e acrescido a isto dispor de um processo de pesquisa junto aos clientes sobre sua satisfação com a organização. O ideal é que todas as organizações possuam todos estes instrumentos, no entanto, o normal é que não haja nenhum. Estas ferramentas são fundamentais para a máxima eficácia da organização. O plano estratégico traça os objetivos da organização, o controle dos dados operacionais permite levantar informações precisas sobre o desempenho, e a pesquisa junto aos clientes fornece o retorno efetivo que cada recurso aplicado proporciona para a empresa.
Retornemos ao caso do novo empresário. Sem um objetivo estratégico bem definido a aplicação de recursos torna-se aleatória e dispersa. Imagine que o negócio escolhido pelo novo empresário é uma mercearia no bairro em que mora. Supondo, que seja um bairro característico brasileiro, com moradores de várias camadas sociais, o empresário pode ficar tentado a atender a todos os grupos de consumidores existentes naquela localidade. Assim, terá várias opções de produtos para cada item em sua loja, do mais barato para os mais humildes ao mais caro para aqueles de maior poder aquisitivo. Ao mesmo tempo, oferece além de alimentos frescos produtos de beleza para mulheres, e variada opção de lanches para as crianças. Sem um objetivo claro e bem elaborado para as condições da mercearia, a empresa perde seu foco e começa a aplicar recursos para atender a todos ao mesmo tempo, sem critério ou embasamento, sendo o recurso algo escasso o risco é elevado de falência.
A mentalidade mais comum entre empresários sem experiência ou conhecimentos de administração é acreditar que quanto mais opções de produtos capazes de atender ao maior número de pessoas ele dispor maiores as suas chances de sucesso. O estudo da Administração tem provado exatamente o oposto, e é o que a Estratégia da Máxima Eficácia Organizacional pretende provar também. No caso, da mercearia citada acima, é bem provável que muitos dos recursos aplicados pelo empresário estejam apresentando baixa ou nenhuma eficácia. No ambiente em que a mercearia se encontra, a tendencia é que os consumidores mais humildes optem por ela para fazer as compras do mês, uma vez que este grupo de consumidores concentra suas compras em gêneros alimentícios básicos e produtos de higiene e limpeza encontrados numa mercearia de bairro. Os clientes de maior poder aquisitivo costumam fazer as suas compras em grandes redes de supermercado, pois, consomem uma variedade maior de produtos, e somente um grande supermercado é capaz de oferecer todos os itens desejados. Estes clientes comprarão na mercearia apenas eventualmente, para adquirir produtos de última hora.
Assim, podemos supor que os produtos dedicados ao público de maior poder aquisitivo tendem a permanecer parados no estoque, resultando em baixa eficácia dos recursos neles aplicados. Se o empresário possuir o mínimo controle dos itens vendidos em sua loja, é possível que ele note que os produtos destinados ao público de maior renda apresente pouca saída, enquanto os gêneros alimentícios têm resultado oposto. Então, ele reduz a aplicação de recurso em um, e aumenta no outro. Aumentando a eficácia da aplicação de recursos.
No entanto, o novo empresário não possui qualquer instrumento para avaliar a satisfação dos seus clientes. No início do negócio quando ainda acreditava ser capaz de atender a todos os moradores do bairro, o novo empresário investiu num sistema de ar-condicionado em sua mercearia, imaginando que o mesmo pudesse agradar especialmente aos clientes mais ricos, sempre mais exigentes. O que o novo empresário descobriria se fizesse uma pesquisa de satisfação junto aos clientes, é que os clientes mais abastados compram apenas produtos de última necessidade e o pouco tempo que passam dentro do estabelecimento é insuficiente para notar o ar-condicionado. E entre os clientes mais humildes o preço baixo é o que realmente lhes importa, não havendo entre eles nenhum disposto a deixar de comprar num concorrente com preços mais baixos, para comprar ali apenas para sentir o ar-condicionado da mercearia. Havendo assim mais uma aplicação de recursos ineficaz.
Neste artigo foram apresentados os três instrumentos necessários para uma aplicação eficaz de recursos pelas organizações, objetivando a Máxima Eficácia Organizacional. O plano estratégico, métodos fiéis de obtenção de dados operacionais e pesquisa junto aos clientes sobre sua satisfação com a organização. Estes instrumentos já existem e são usados em larga escala por boa parte das organizações. No artigo seguinte apresentaremos como fazer uso destes instrumentos para obter a Máxima Eficácia Organizacional.
Máxima Eficácia Organizacional: Parte 01
Máxima Eficácia Organizacional: Parte 03
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