Imagine que você se encontra no meio de um deserto. Para todo lado que você olha tudo o que ver é um cenário árido, dunas e mais dunas de areias e nenhum sinal de civilização ao seu redor. No céu não há qualquer sinal de nuvens, apenas o Sol solitário e imponente brilhando com toda a sua força sobre a sua cabeça. Você começa a suar e a perder líquido, a sede aumenta e o corpo clama por uma gota de água. Neste momento, saber onde está ou o que aconteceu é o menos importante, encontrar água é o que você precisa. O suor começa a aumentar, as roupas ficam sujas, o calor é extremo e seria muito bom poder jogar uma água no corpo para refrescar. Após muitas horas de caminhada você encontra uma poça d'água, um alívio, uma esperança, mas, logo a decepção. Aquela água é muito pouca, não dar para matar a sede e refrescar o corpo. Você precisa decidir: se beber aquela água não restará para refrescar, se se refrescar não poderá mais beber a água, o que escolher? Há ainda uma terceira opção, beber apenas um pouco de água e usar o restante para se refrescar. Situação difícil.
Analisando as três opções podemos afirmar que a menos acertada é a terceira. Dividir a pouca água não resolveria nenhum problema, nem outro. Você continuaria com sede e com muito calor. A opção de refrescar-se parece também apenas um paliativo, o calor escaldante no deserto logo te faria arder de calor novamente. A opção mais acertada seria a de beber a água, pois, te daria uma sobrevida mais longa para buscar uma fonte maior de água até salvar-se daquela situação.
É muitas vezes preciso um caso extremo para percebermos a escassez dos recursos que dispomos, e tomar decisões no sentido de aplica-los da forma mais eficaz possível. A maioria das empresas acredita sempre na equivocada premissa de que "mais é melhor", e distribuem os seus recursos em diversas frentes. Fazendo a analogia com o caso do perdido no deserto essa estratégia tem eficácia próxima de zero, deixando a empresa ao mesmo tempo com sede e com calor.
O surpreendente é que toda a história das organizações empresariais sugerem exatamente o oposto, as empresas mais valiosas do mundo se especializaram em serem muito boas em apenas uma ou poucas áreas. Não existe um número específico de em quantas áreas diferentes uma empresa pode investir de maneira eficaz, isso varia de acordo com cada organização. Mas, existe um exemplo clássico que pode servir de exemplo para as outras organizações:
Em 1981, Jack Welch foi alçado ao posto de CEO da General Eletrica, a famosa GE, conhecida no Brasil principalmente pela fabricação de lâmpadas. Ao assumir a empresa, a GE era tida no mercado como uma empresa grande e boa. Para quem olhava de fora a empresa parecia bem, mas, Jack Welch olhando de dentro via algo diferente. A GE é um conglomerado que atua em diversos setores, os mais diversos, fabrica desde lâmpadas incandescentes a turbinas de avião. Contudo a burocracia interna da GE era imensa, eram naquela época 412.000 funcionários, sendo 25.000 gerentes de vários níveis. Welch então decidiu que a empresa abandonaria todos os negócios em que ela não pudesse ser a empresa líder ou vice-lider, e entraria em negócios que ela pudesse atingir tal posição. Assim, foi feita, a GE se renovou e durante o período Jack Welch que durou até fins dos anos 90 a empresa quebrou recordes sucessivos de faturamento e foi considerada em 1998 a empresa mais admirada da América.
O exemplo da GE serve para todas as organizações, especialmente para as menores. Para estas em que os recursos são ainda mais escassos concentrar-se apenas naquilo que faz muito bem é o caminho para o sucesso e a máxima eficácia. Em outras palavras, é preciso ter foco.
Se a sua empresa oferece algum tipo de produto ou serviço com qualidade inferior aos dos seus concorrentes então você deveria repensar a sua atuação neste segmento. A visão que os clientes possuem de uma empresa é uma visão única, global de todo o negócio. Ele não enxerga as partes da empresa, mas, apenas a soma de tudo que o ela faz. Uma empresa que demonstra alta qualidade numa área, e baixa qualidade em outras será ao final apenas uma empresa mediana para os consumidores. A Máxima Eficácia ocorre quando obtemos o melhor resultado do trabalho realizado, se você consegue ser apenas medíocre você está desperdiçando o seu potencial e o potencial do seu negócio.
A definição de qual foco a sua empresa terá deve ser coerente com a capacidade da empresa, mas, também ser relevante para o consumidor. Utilize as ferramentas já apresentadas para definir o foco de sua empresa com precisão. Realize pesquisas de mercado para saber o que realmente é importante para os consumidores em seu negócio, trace um objetivo e crie meios para colher dados que sustentem a adoção do foco escolhido como o mais eficaz para a sua organização.
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Os oceanos da competição empresarial
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