Como a teoria de Maslow antecipa o fracasso do Socialismo
As pessoas têm o direito de pensar o que quiserem. Têm o direito de divagar. O direito de imaginar. Direito de desejar. Mas, a ninguém é dado o direito da mentira. Uma frase impõe a verdade acima das vontades: "contra fatos não existe argumento". É verdade, quando os fatos se impõem não existem argumentos que possam distorcê-los. No entanto, vivemos hoje na era da verdade relativa. O fato tornou-se um elemento interpretativo. E a verdade deslocou-se para os argumentos. Nestes dias de expressividade exarcebada, todos tem direito a falar e afirmar o que bem entender, é a sua verdade íntima. Todos estão sempre certos e todos os demais estão errados. Sim, pois, apesar de tudo, ainda só pode haver uma verdade.
No post anterior, demonstrei que o capitalismo continua a existir mesmo num país socialista. O que muda é apenas o capitalista, do povo para o governo. Este úlitmo detendo o capital, passa a controlar também todos os demais fatores de produção: o trabalho e a terra.
No sistema capitalista, ninguém detém o controle absoluto dos fatores de produção, assim, todos concorrem com os demais para garantir a sua sobrevivência, para tanto devem sobressair-se em fornecer aos consumidores o melhor possível, superando os concorrentes. O poder no capitalismo está nas mãos dos consumidores, que podem escolher entre uma variedade de ofertas decide quem sobrevive no mercado.
No sistema socialista, com um único capitalista a concorrência se extingue. O estado controla todos os fatores de produção e, portanto, pode utiliza-los da maneira que considerar mais conveniente. Exercendo controle absoluto, o poder no socialismo passa as mãos do estado, que sendo o único capaz de ofertar os bens que a população necessita pode estabelecer os critérios que bem entender, sem considerar as vontades e necessidades do consumidor. Em outras palavras, o socialismo é um monopólio estatal absoluto.
A população mais pobre do país viu-se beneficiada, recebeu gratuitamente do governo, coisas que antes não tinham, como saúde, educação e uma renda mínima. O socialismo sempre se apóia entre os mais pobres, pela simples razão de que estes nada têm a perder. Eram pobres dentro do capitalismo, pois, não detinham eles próprios quaisquer dos fatores de produção (terra, capital, trabalho), ou os tinha de forma muito precária. Estes são então conquistados com a promessa que o estado vai tomar dos ricos e dividir igualmente entre todos. Ora, convenhamos, para quem nada possui, é um grande negócio. É, desta forma que o sistema se estabelece e se impõe, apoiado nas massas de desprovidos.
O socialismo é tão antigo, que é anterior a uma teoria já antiga de Abraham Maslow, a hierarquia de necessidades. Esta teoria afirma que o ser humano possui necessidades infinitas, e que tais necessidades obedeceriam a uma hierarquia, onde somente após satisfazer as necessidades anteriores o individuo passa para a seguinte. Veja a imagem a seguir:

O erro de Maslow foi crer que as nossas necessidades seguem uma hierarquia arbitrária. O ser humano pode estar altamente realizada, ainda que lhe falte satisfação adequada das necessidades fisiológicas, por exemplo. Contudo, sua teoria tem o mérito de categorizar as necessidades humanas. E o que isto tem haver com o Socialismo? Se tivessem os socialistas atualizado o seu sistema, perceberiam que não basta satisfazer necessidades básicas, as pessoas querem mais do que comida. Querem também auto-estima, conquista e criatividade. Se o estado garante que tudo dar e oferece então o que restará para as pessoas conquistarem? Se o estado controla planificadamente toda a produção, aonde as pessoas poderão aplicar a sua criatividade? Imagine, que alguém dentro do universo socialista possa desejar ter um produto diferente daquele que é fornecido pelo governo, o que ele fará se não existe quem fabrique um produto alternativo? Como se sentirá?
Ora, tal individuo irá sentir-se insatisfeito. Não demora muito tempo, para que as insatisfações comecem a avolumar-se, mesmo entre os mais pobres que deram sustentação inicial ao sistema. E, como dissemos, o estado é o único capitalista e não precisa concorrer com ninguém, movendo o centro do poder econômico dos consumidores para o produtor. Ora, numa situação destas é o produtor quem definirá o que consumir, quanto e quando consumir cada produto. Mas, como prova Maslow as necessidades humanas são infinitas e não podem ser controladas por decreto. Em algum momento, ocorre o desencontro entre a vontade das pessoas e capacidade ou vontade de produzir do estado capitalista absoluto.
Ademais, nenhum país possui capacidade produtiva ilimitada. O lucro é o que garante sustentabilidade da produção e sua capacidade de ser futuramente ampliada. Porém, seria imoral e incoerente que o Estado possa auferir lucros. Sem este elemento tão capitalista, ocorre a deterioração dos bens de capital que tornam-se obsoletos ou quebram. Numa economia, 100% planificada de onde virão os recursos necessários para investir na reposição dos bens danificados? Ou para ampliar a produção quando houver um aumento natural do consumo, como o aumento populacional? Acrescente que nenhum país é capaz de produzir todos os bens de que necessita. É preciso importa-los. Porém, numa economia fechada, não lucrativa, de onde virão os recursos em moeda estrangeira para realizar as importações?
Ora, não haverá recurso disponível. Em pouco tempo, a produção cai, ocorre desabastecimento, corrida aos mercados para garantir o seu suprimento, hiperinflação e colapso.
A Venezuela iniciou em 1998 uma guinada em direção ao socialismo do século 21. Sendo, o socialismo uma obra acabada, inorgânica e artificialmente produzida por seus teóricos, o socialismo não evolui, não se modifica com o tempo ou se adapta. O termo século 21, portanto, é apenas um elemento informacional para descrever o período em que foi implantado, na prática é o mesmo sistema fracassado de outros tempos. O estado se apropria de todo o sistema produtivo e acontece o que já descrevemos acima.
A Venezuela possui sob seu domínio uma das maiores reservas de petróleo do mundo. No entanto, faltam no país papel higiênico, leite e farinha. Acusam-se os os empresários de estarem sabotando propositadamente a economia, para forçar os venezuelanos a adquirir alternativas mais caras. Podemos até supor que seja verdade, mas, este problema só ocorre numa economia controlada pelo estado. Numa economia de livre mercado à primeira oportunidade surgiriam empresas destinadas a suprir os produtos escassos.
Por fim, o levante dos últimos dias naquele país. Os índices de violência são alarmantes. Em 2012, o país ocupou a quinta posição entre as nações mais violentas do mundo. Em 2013, subiu negativamente foi para terceira posição. A violência foi o gatilhos para as distensões atuais. O primeiro protesto ocorreu após a tentativa de estupro a uma estudante na universidade Los Andes. Os protestos se estenderam pelo país, alimentado por outras insatisfações como inflação, desabastecimento e a libertação de estudantes presos.
A resposta do governo foi a repressão com uso de balas de verdade contra a população. O governo acusa forças externas e a oposição de tentativa de golpe, inflamando ainda mais a tensão no país. Infelizmente, a opção venezuelana pelo socialismo esvaziou todas as suas instituições democráticas. O parlamento e o Judiciário foram completamente aparelhados e tornaram-se instrumentos com único propósito de referendar as ações do Estado. O país se dividiu entre pró-chavistas e opositores do chavismo. E sem instituições democráticas capazes de canalizar e atender a insatisfação da população, perdendo a capacidade de diálogo ou soluções pacíficas.
Por fim, a história se repete. O socialismo é incapaz de satisfazer as necessidades humanas. Estas se avolumam e explodem em violência. O estado para sustentar-se tem a seu dispor a violência e o massacre dos opositores, campos de trabalho forçado ou exílio. É assim em Cuba, na Coréia do Norte, foi assim nas ex-repúblicas soviéticas, está sendo assim na Venezuela. Já pensou um governo democrático, sob qualquer argumento disparando balas de verdade contra a sua população?
Leia também:
No fundo foi e sempre será: Capitalistas x Consumistas
A linha tênue do estado empresário.
O Estado na Economia: Um entrave ao desenvolvimento
A resposta do governo foi a repressão com uso de balas de verdade contra a população. O governo acusa forças externas e a oposição de tentativa de golpe, inflamando ainda mais a tensão no país. Infelizmente, a opção venezuelana pelo socialismo esvaziou todas as suas instituições democráticas. O parlamento e o Judiciário foram completamente aparelhados e tornaram-se instrumentos com único propósito de referendar as ações do Estado. O país se dividiu entre pró-chavistas e opositores do chavismo. E sem instituições democráticas capazes de canalizar e atender a insatisfação da população, perdendo a capacidade de diálogo ou soluções pacíficas.
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