A riqueza se mede pelo patrimônio, não pela renda.
Há pouco tempo atrás, ocorreu na família de um grande amigo uma situação curiosa. O patriarca da família veio a óbito, e no momento de abrir o inventário descobriu-se que o patrimônio que ele deixaria para os herdeiros seria algo próximo do milhão de reais. Houve uma alegria entre os herdeiros e espanto, pois, o senhor ainda que contasse para quem quisesse saber das muitas terras que possuía, vivia modestamente, sequer possuía plano de saúde e a maior parte de seu sustento era bancada pela pequena aposentadoria que recebia do INSS.
A família talvez não ficasse tão surpresa se no Brasil soubéssemos o que define uma pessoa rica e uma pessoa pobre. Aqui, costumamos confundir renda com riqueza, e sim, as duas coisas costumam estar relacionadas: quanto maior a renda de uma pessoa, mais riqueza ela costuma ter. São, porém, dois conceitos diferentes.
Renda é a renumeração que uma pessoa percebe em função do seu trabalho (salário), dos seus imóveis (aluguéis) ou do seu capital (juros e lucros). Riqueza é a posse e a propriedade de dinheiro, imóveis, móveis e semoventes, ou seja, é definida em função do patrimônio da pessoa.
Vamos analisar o quadro a seguir: (clique na imagem para ampliar)
Observe que o individuo B possui o dobro da renda do individuo A. Mas, observe também que o individuo A possui um patrimônio que inclui uma casa própria, um carro e uma pequena empresa. Enquanto B, possui apenas um carro importado. Observe, também que mesmo tendo uma renda menor, A consegue poupar o dobro do que B consegue.
Podemos supor, que B provavelmente leva uma vida mais confortável, porque pode consumir mais, talvez ele tenha uma tv por assinatura em casa, internet de banda larga, compra produtos caros de marca e faz uma vez por ano uma viagem ao exterior, mas, ao que tudo indica como ele não possui casa própria deve pagar aluguel. Afinal, quem dos dois é o mais rico?
Pode parecer estranho, mas, A é muito mais rico que B. Além, de ter uma casa própria e ser dono de um comércio, a cada ano, A consegue acumular uma poupança que é o dobro de B. Ou seja, a cada ano que passa que A fica duas vezes mais rico que B.
Tudo bem, você pode questionar, que A não leva uma vida tão confortável quanto B leva, mas, A está construindo para si e para sua família riqueza. O seu patrimônio tende a crescer com o tempo, garantindo a seus familiares uma vida confortável por anos e anos. E, B? Imaginemos uma situação nada agradável, que B perca o seu emprego, logo perderia a sua renda de R$ 6.000 mensais. O que aconteceria a B? Sem renda e sem patrimônio, B seria obrigado a cortar os seus gastos, provavelmente venderia logo o seu carro importado, a pequena poupança que acumulou seria consumida em pouco tempo, e se não arrumasse outro emprego rápido, B logo estaria completamente pobre e no olho da rua.
Enquanto isso, A, se sofresse a mesma situação estaria muito mais tranquilo. Pois, ele possui um patrimônio que lhe garante um conforto mesmo nos momentos ruins da vida. Como seu gasto com consumo é pouco, ele não precisaria abrir mão de muitas coisas, e poderia ainda contar com a poupança acumulada ao longo do tempo.
Por isso, é possível que você seja rico e não saiba. Talvez você não viva no luxo como os ricos que aparecem na TV, talvez você viva uma vida simples, mas, se você tiver patrimônio tem riqueza. A renda é passageira, hoje você pode está ganhando R$ 6.000, amanhã está ganhando R$ 10.000, mas, ninguém garante que dali a um mês você não esteja desempregado e não ganhando nada. Rico, é quem tem o que deixar para seus familiares, rico era o patriarca da família de meu amigo, sorte a deles, tomara que seus herdeiros sigam o seu exemplo.
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