Você já deve ter ouvido esta expressão no passado. Provavelmente em alguma ação do governo para socorrer bancos. Mas, não se engane isto ocorre com maior frequência do que pensa, e muitas vezes você deve ter defendido isto.
O Capitalismo de Estado Brasileiro é pródigo em criar pacotes de estímulo à economia. Diferente da economia de qualquer outro país do mundo, a nossa parece ser mais preguiçosa e cansada, para necessitar tanta injeção de estímulos nas veias.
Sempre que o governo diz que vai estimular a economia a reportagem ganha as capas dos jornais e revistas, e destaque nos telejornais. Os empresário se preparam para dias melhores, o trabalhador voltar a acreditar que irá encontrar emprego, economista já preveem o PIB crescendo. É uma festa.
O que a maioria não sabe é que a tal festa terá poucos convidados, quase sempre os mesmos de festas passadas, a maioria da população ficará de fora, e quem pagará a conta? Você que não foi convidado. Isto mesmo. O governo dar a festa, chama os chegados para participar, eles comem, se divertem, e você que ficou de fora é quem vai pagar a conta.
É duro de acreditar, eu sei. Mas, é fácil de entender, e espero que daqui para frente você não dê apoio a novos estímulos do governo. Entenda como funciona.
Você paga impostos para tudo no Brasil. Se você faz uma compra no supermercado paga imposto, se vai a uma consulta no dentista paga imposto, até quando você faz uma doação no Brasil você também paga imposto. Esta montanha de impostos é coletada pelo Estado brasileiro, que o faz sob o pretexto de lhe retribuir com serviços públicos de qualidade, mas, não é somente nisto que é empregado os nossos impostos.
No Brasil o governo é dono de empresas, dono de bancos, tem participações em empresas privadas, e mais importante, o governo brasileiro assume para si a responsabilidade de gerenciar a economia nos mínimos detalhes. É quando ele privatiza lucros e socializa prejuízos.
O Brasil decidiu sediar a Copa do Mundo de 2014. Para isto, ergueu arenas, algumas no meio do nada. Para tanto, contratou empreiteiras privadas, que foram beneficiadas com a concessão das arenas. Os custos da obra saíram dos cofres públicos (todo ele composto dos impostos que pagamos), mas, a posse da Arena é privada, e os seus lucros pelos próximos 25, 30, 35 anos, serão destas empreiteiras que ergueram tais obras. Entendeu o esquema? Clique na imagem para ampliar.
Então, deixa eu acrescentar mais uma coisa. Você vai pagar por esta festa, e não vai ser somente uma vez não, vai pagar duas vezes. A primeira vez foi quando você pagou seus impostos, que foram colocados a disposição do BNDES para emprestar a juros abaixo do cobrado no mercado para financiar as construtoras das arenas. De quebra, elas também ficaram com a concessão das Arenas por períodos de 25, 30, 35 anos, em que poderão embolsar os lucros.
E de onde virá os lucros das arenas? Do ingresso pros próprios jogos da Copa, das partidas de futebol que acontecem nas arenas, dos shows e espetáculos que ocorrerão, também dos restaurantes e lanchonetes que foram criados. E você já percebeu que quem paga para usufruir de tudo isto é você não é? Ingresso para ver seu time de futebol a R$50, cachorro-quente sem tempero só o pão e a salsicha, a R$8, Cerveja a R$8. Enfim, você só participa da festa pagando, e pagando caro.
Este é o Capitalismo de Estado Brasileiro. Os prejuízos são sempre de todos, mas, os lucros de uns poucos. Fosse o Brasil um país verdadeiramente capitalista, que segui-se os preceitos liberais esta farra não ocorreria.
Não se trata de ser contra a Copa. Mas, os donos da Arena é que deveriam pagar por sua construção, e consequentemente, pelos riscos do negócio a que se submeteram lucrar com isto. O que não faz sentido é que o nossos impostos que deveriam retornar em serviços públicos de qualidade, acabem se transformando em Arenas privadas.
E o governo diz que trabalha em defesa do povo. Verdade, se o povo a que se referem tem o nome de Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Egesa, Santa Bárba, Delta.
Este foi apenas um exemplo de privatização de lucros e socialização de prejuízos. Ainda tem muito para ser mostrado.
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