O indivíduo nunca esteve tão massacrado no Ocidente como está agora. Pensar em si é motivo de culpa e vergonha.
O indivíduo nunca esteve tão massacrado no Ocidente quanto ele está agora. Se você se põe em primeiro lugar você é um monstro egoísta que deve ser execrado. O sucesso não te pertence e você tão pouco é merecedor dele. Por isto, a menos que tenha a humildade(?) de atribuir tudo o que tem aos outros, você não presta.
![]() |
O indivíduo massacrado. |
Sei que esta introdução não foi das mais agradáveis. Foi até bastante ameaçadora. Infelizmente, é a realidade dos nossos tempos. Vivemos numa época em que a única qualidade aceitável para um indivíduo é a humildade (na verdade subserviência). Andar na rua de cabeça erguida demonstrando orgulho? Jamais. É preciso caminhar entre a multidão de cabeça baixa, nunca comemorar o seu sucesso, principalmente próximo de pessoas que fracassaram.
É a busca da sociedade igualitária. Mas, uma sociedade igualitária não é uma sociedade em que todos são iguais. É uma sociedade em que o menos capaz se apropria das conquistas do mais capaz. Este igualitarismo, é sempre o grito do mais fracos que por serem maioria, usa de sua força coletiva para tirar proveito daquele indivíduo que se destacou. Os defensores deste tipo de sociedade nunca propõem acrescentar eles algo ao bolo, a sua luta é para que aquele que se destaca "doe" um pedaço do que conquistou.
Estamos criando uma sociedade em que a inveja vira virtude. Os invejosos que vivem a exigir que se tire de quem tem, passam a ser vistos como pessoas altruístas, que pensam no bem da comunidade. Estão apenas manifestando a sua inveja, a sua indisposição para o trabalho e para enfrentar o árduo caminho do sucesso.
O indivíduo e os seus objetivos de auto-respeito, auto-suficiência e auto-perpetuação são vistos como reprováveis. Ao tempo em que, apenas os interesses coletivos (grupo, comunidade, sociedade) são legítimos e moralmente superiores. Para tanto, deturpam a definição de capitalismo, transformado em responsável por todas as mazelas do mundo.
Acontece, que estes coletivistas não percebem que travam a própria autodestruição. Suas motivações são imediatistas, de curto prazo. Ignoram uma visão de futuro, por uma satisfação das necessidades presentes. Destroem possibilidades de ganhos maiores e mais sólidos lá na frente, para uma satisfação incompleta e paliativa no presente.
Nada mais é feito para ser duradouro, pois, tudo é feito pensando no imediato. As finanças, as políticas, a educação, as relações sociais, as relações amorosas, a arte. E, como tudo é feito para satisfazer o indivíduo médio em sua necessidade urgente, então a qualidade de todas as coisas decresce. Uma combinação ruinosa de imediatismo e mediocridade que explica a baixa qualidade das coisas no presente. O governo faz políticas pensando não nas gerações futuras, mas, para atender as necessidades mais imediatas da população, visando as eleições. As artes deixam de ser criadas para a posteridade, tornam-se descartáveis, recicláveis e esquecíveis, tudo o que possa ser consumido rapidamente pelo consumidor "padrão".
O indivíduo massacrado, não encontra mais seu espaço na sociedade, ou adere a mediocridade da massa da população, ou é execrado. Mas, na prática, acontece que os indivíduos mais habilidosos se apoderam das massas, e em se igualando a ela, usam do seu poder individual para manipulá-la. A política passa a ser dominada por representantes que parecem ser um "de nós", do povo, mas, que uma vez no poder o usará para benefício próprio. Artistas se aproveitam para fazer fortunas, lançando no mercado obras completamente descartáveis, sob alcunha de ser "do povão", o chamado "hit do momento" ou "tá na boca do povo" - aqueles que dançam o lepo lepo, recordam que dançaram o ziriguidum ano passado, e o rebolation há poucos anos.
Enquanto este massacre do indivíduo perdurar, aqueles que acreditam estar se beneficiando do coletivismo em todas as suas formas (socialismo, comunismo, social capitalismo, etc.) serão os grandes prejudicados. Tenderão a conservar a sua posição de mediocridade pelo resto da vida, vivendo da satisfação imediata, proporcionada exatamente pelos indivíduos de destaque e se escorando na proteção da massa. Para estes tudo aquilo que o indivíduo precisa é apresentado como desprezível, ruim e desnecessário. A relembrar: a busca do auto-respeito, da auto-suficiência e da auto-perpetuação.
Leia também:
Posts Polêmicos 2: Como me tornei responsável pela pobreza alheia
Posts Polêmicos 3: O indivíduo que pensa em seu bem-estar é mais altruísta
Leia também:
Posts Polêmicos 2: Como me tornei responsável pela pobreza alheia
Posts Polêmicos 3: O indivíduo que pensa em seu bem-estar é mais altruísta
Nenhum comentário:
Postar um comentário