Revertendo toda a lógica dominante. Agir para satisfazer os próprios interesses torna as pessoas mais altruístas.
Nos aproximamos do fim desta primeira série de posts polêmicos com este terceiro post que vem desfazer o mito de que indivíduos que trabalham em busca do auto-respeito, da auto-suficiência e da auto-perpetuação são egoístas. Uma mentira que tem sido usada pelos coletivistas para disseminar suas ideias.

Esta é uma visão deturpada da realidade. O indivíduo quando assume a sua auto-afirmação perante a coletividade, torna-se responsável pelos seu próprio destino. Isto significa que ele assume que o grande responsável pelo seu sucesso ou fracasso é ele próprio. É preciso uma fé em si mesmo tamanha para assumir tal responsabilidade.
Por outro lado, os coletivistas desenvolveram uma forma de pensar oposta. O indivíduo quando fracassa não é pelos seus próprios erros, mas, por não ter recebido condições e oportunidades da sociedade. Da mesma forma, o sucesso individual entre coletivistas é motivo de vergonha. Para estes não existem perdedores. Mesmo numa disputa em que um vence e outro perde, o vencedor deve comemorar com a humildade de reconhecer que o seu oponente era tão bom quanto ele e que também merecia a vitória. Já notaram como são os discursos dos atletas hoje em dia? Exaltando mais o seu oponente derrotado que a própria conquista? Apesar do discurso forçado, no entanto, o que perde, continua perdedor.
O que o coletivismo tem conseguido criar é uma sociedade culpada. Que se envergonha do sucesso e passa a viver de aparências. Afinal, ninguém é capaz de se colocar em segundo plano o tempo todo para satisfazer aos outros. É cada vez maior um sentimento de desgosto e desprezo pelo restante da sociedade. As pessoas não conseguem compreender como existem tantas pessoas egoístas e insensíveis no mundo, não entendem porque doam tanto de si e não recebem o mesmo em troca. É grande o número de pessoas que se anulam para atender às necessidades dos outros, aceitam coisas que não gostariam para não magoar o sentimento alheio.
Este conflito entre fazer o bem para o próximo e sentir-se mal consigo mesmo foi criado pelo pensamento coletivista, e sua imposição moral de que nossas ambições individuais são reprováveis e somente o pensar no próximo é positivo e desejável.
Os individualistas por sua vez, colocam o seu bem-estar em primeiro lugar, somente quando têm as suas necessidades satisfeitas é que se permitem pensar nos interesses dos outros. Num primeiro olhar podemos concluir que individualistas são egoístas. Na prática, porém, se observa que estas pessoas são as mais altruístas e aquelas que mais contribuem para o bem-estar coletivo. Não é difícil entender o porque.
As pessoas que estão satisfeitas em suas necessidades são mais propensas a ajudar ao próximo. Uma vez que conseguiram atingir seus objetivos na vida, as pessoas podem dedicar-se a auxiliar outras pessoas a também alcançar seus objetivos. Basta observar como é comum que indivíduos de sucesso costumam fornecer ensinamentos e a transmitir a sua experiência. Seja dando aulas em universidades, ministrando palestras, escrevendo livros, etc.
As contribuições de um indivíduo que dedicou sua vida a alcançar seus objetivos e obteve sucesso são mais valiosas do que a de alguém que não teve a mesma sorte. Bill Gates tem mais a nos ensinar sobre como ter sucesso na vida, do que aquele militante de esquerda que vive a reclamar dos problemas do capitalismo.
O individualista desenvolve um senso de responsabilidade. Por saber que o seu sucesso ou o seu fracasso depende apenas de si, o individualista não pode se dar ao luxo de depender da benevolência dos outros. Por isto, precisam ser totalmente responsáveis por desenvolver as habilidades e adquirir os conhecimentos necessários para alcançar o seu sucesso. Enquanto os coletivistas reclamam da falta de oportunidades, o individualista fará a sua própria sorte. Perderá noites em estudo para frequentar as melhores universidades, trabalhará aos fins de semana para que sua empresa prospere. Ouvirá muitos "não", mas, permanecerá insistindo, até ouvir um "sim".
E, por fim, o individualista e o altruísmo. O indivíduo movido pelos desejos de auto-respeito, auto-suficiência e auto-perpetuação, descobre que a verdadeira força motriz de uma sociedade são as pessoas que a compõem. Percebe, que não adianta ele ter sucesso no meio de fracassados. O indivíduo tem muito claro, que o seu empreendimento somente estará seguro, se todos os outros indivíduos tiverem a mesma segurança. Percebe que ser a única pessoa rica rodeada de pessoas pobres, ser o único que tem o que comer no meio de famintos ou se apenas ele dispõe de abrigo em meio a desabrigados o torna vulnerável.
O individualista entende que a única forma de garantir o gozo do seu sucesso é garantir que o outro também tenha garantido este direito. A única forma de garantir que não será violado física ou moralmente é respeitar o próximo nas mesmas condições em que precisa ser respeitado. O pensamento liberal clássico que é fundamentado na defesa do indivíduo contra o poder massacrante da coletividade traz inúmeras ideias neste sentido. Alguns exemplos:
O individualista é altruísta por necessidade. Uma motivação mais genuína e sólida, baseada em exigir e oferecer ao próximo o mesmo que exige e oferece a si mesmo. Como ficou explícito na frase de Voltaire, individualistas compreendem que seu direito de auto-respeito, auto-suficiência e auto-perpetuação somente pode ser garantido, se o de todos os outros também forem.
Leia também:
Posts Polêmicos 1: O indivíduo Massacrado
Posts Polêmicos 2: Como me tornei responsável pela pobreza alheia
O liberal é humilde. Reconhece que o mundo e a vida são
complicados. A única coisa de que tem certeza é que a incerteza requer a
liberdade, para que a verdade seja descoberta por um processo de concorrência e
debate que não tem fim. O socialista, por sua vez, acha que a vida e o mundo
são facilmente compreensíveis; sabe de tudo e quer impor a estreiteza de sua
experiência – ou seja, sua ignorância e arrogância – aos seus concidadãos.
Raymond Aron
"Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas
pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão invisível a promover
algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade."
Adam Smith
"O verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema
de as adquirir."
Adam Smith
“A
fraternidade forçada destrói a liberdade.”
Frederic Bastiat
“E o que são nossas faculdades senão um prolongamento de
nossa individualidade? E o que é a propriedade senão uma extensão de nossas
faculdades?.”
Frederic Bastiat
“Ora, sendo o trabalho em si mesmo um sacrifício, e sendo o
homem naturalmente levado a evitar os sacrifícios, segue-se daí que - e a
história bem o prova - sempre que a espoliação se apresentar como mais fácil
que o trabalho, ela prevalece.”
Frederic Bastiat
“A geração de hoje cresceu num mundo em que, na escola e na
imprensa, o espírito da livre iniciativa é apresentado omo indigno e o lucro
como imoral, onde se considera uma exploração dar emprego a cem pessoas, ao
passo que chefiar o mesmo número de funcionários públicos é uma ocupação
honrosa.”
Frederic Hayek
“No
meu dicionário, 'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa
resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social,
mas se considera mais igual que os outros...”
Roberto Campos
“Os esquerdistas, contumazes idólatras do fracasso,
recusam-se a admitir que as riquezas são criadas pela diligência dos indivíduos
e não pela clarividência do Estado.”
Roberto Campos
E por fim a frase que melhor define o pensamento liberal e o seu altruísmo fundamentado no respeito ao próximo como a si próprio:
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire
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