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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Quem tem direito a cotas raciais?

A trapaça das cotas raciais.


Recentemente, veio à tona a notícia de que jovens de classe média, brancos, cabelos lisos, alguns de olhos claros haviam ingressado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro se utilizando do recurso de cotas para negros. 

Uma investigação foi aberta e os jovens correm o risco de perder as suas vagas. Do lado dos estudantes, o reitor veio a público afirmar que a declaração de raça é algo pessoal, e cada um tem o direito de definir se é negro, branco, pardo, amarelo ou azul. Está correto o reitor, uma vez que não se aplica qualquer método capaz de determinar a raça de um ser humano - simplesmente porque raças não existem entre seres humanos. 

As cotas baseadas em raça são uma trapaça. Uma burla, uma distorção criada exclusivamente para favorecer uma parcela da população. 

Eu me sinto muito tranquilo para afirmar o que foi dito acima. Filho de mãe negra e pai branco, já fui aprovado em vestibular utilizando as cotas e também já dispensei as cotas e fui igualmente aprovado. Não, é, no entanto, minha descendência negra (e também branca) que me permite se opor às cotas. É a minha consciência. 

As cotas com base em raça, são imorais, é coisa de aproveitadores, de espertos. Os seus defensores afirmam que está se fazendo uma reparação, devido a nosso passado de escravidão. E, portanto, ações afirmativas como as cotas seriam uma espécie de indenização pelo sofrimento daqueles homens e mulheres negros. 

Fotomontagem: negros de ontem e de hoje
Os negros de ontem e de hoje. O que os une é a cor da pele, mas, o Brasil em que nasceram é totalmente distinto. (Foto Montagem)
É um absurdo. Um negro que nasceu no Brasil depois de 1888 e mesmo muitos que nasceram pouco antes, nunca sentiram na pele o peso da escravidão. Nunca foram postos no tronco, trancados em senzalas, ou sentiram o arder de uma chicotada nas costas. Como podem então cobrar hoje as dores sofridas por seus antepassados? Estes sim escravizados e desumanizados. Será que estes que hoje cobram reparação, são capazes de citar pelo menos o nome de um de seus antepassados que sofreu com a escravidão? Ou estão apenas chutando aleatoriamente? 

E, porque, neste Brasil mestiço de hoje, somente os descendentes nascidos com a pele negra merecem a reparação? Afirma-se que todos os brasileiros são miscigenados, todos tem em algum nível a ascendência africana, européia e indígena. Portanto, moralmente, quem outorgou somente aos negros, o direito de exigir reparação pelas torturas sofridas por nossos antepassados escravos? 

Há ainda um outro problema, com a exigência de reparação com base no sofrimento de antepassados. Quem pode determinar o tamanho do sofrimento, e consequentemente, o tamanho da reparação devida? Ou será que estas pessoas estão defendendo uma reparação infinita? Que continuará sendo recebida por gerações seguidas? 

As cotas com base na raça poderiam ter sido implantadas em favor dos escravos recém-libertos do século passado. Pois, esta seria uma reparação verdadeira, com aqueles que de fato sofreram o peso da chibata. Contudo, para quem nasceu livre, invocar as dores destes antepassados para obter vantagens para suas vidas no presente é indecente. 

Espera-se que o bom senso prevaleça. Que os jovens que se autodeclararam negros tenham garantidos os seus direitos. É totalmente injusto, que alguém que carregue no sangue o sofrimento de antepassados vítimas da escravidão, não possam gozar dos mesmos direitos, apenas, por não serem negros.



Alguns dos estudantes que podem perder a vaga por causa da cor. Quem pode afirmar que nenhum deles descendem de negros escravos? (Foto Montagem)

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Um comentário:

  1. Olá Marcelo.
    Considero estas cotas a mais racista das leis.
    Por que você ser privilegiado a entrar numa faculdade por cotas e não por seu desempenho é demais eventual.
    Abraços.
    ClaraSol

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