O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) está a frente da criação de uma comissão na Câmara dos Deputados que pretende o número de partos cesáreos no país.
O parto é um evento na vida uma mulher que afeta diretamente o seu corpo. Ninguém, além da própria gestante deve ter a última palavra de como se dará a concepção de seu filho. De preferência, o evento deve ser um acordo entre pais e médico, ou qualquer outro profissional escolhido para auxiliar no momento.
Acontece que no Brasil, o governo cada vez mais toma para si a função de determinar como as pessoas devem viver. Sempre com a promessa de nos proteger, claro, proteger-nos de nós mesmos.
De proibição da publicidade infantil a proibição da palmada, o governo já interfere na educação de nossos filhos. Não chegar a surpreender, portanto, que o próximo passo seja controlar a forma como a criança é concebida. E, portanto, já podemos ficar cientes, que em alguns anos mais a frente o governo também cuidará do momento da concepção, do sexo. Parece irreal? Não é.
O deputado Jean Wyllys tomou a iniciativa de criar uma comissão que entre outras coisas irá cobrar das unidades de saúde o preenchimento de um formulário, toda vez que o número de partos cesáreos ultrapasse 15% do total de partos, número recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sempre que esta barreira estatística for quebrada, a unidade de saúde deverá apresentar justificativas para a situação.
As instituições terão que passar por sindicância caso a caso de parto cesáreo. Se a situação não for revertida em apenas 90 dias, os dados serão repassados ao Ministério Público. A instituição fica ainda passível de ter os repasses para cesarianas retido por um prazo inicial de 30 dias.
O estado protetor reduz a liberdade
O governo quando se dedica a cuidar de nossas vidas o faz utilizando o seu poder de coerção. Apenas o estado pode nos obrigar a adotar um comportamento contra a nossa vontade. Seja por meio da lei, seja pela pressão ou seja pelo medo.
A iniciativa do deputado é uma afronta à liberdade tanto dos profissionais de saúde, quanto das pacientes. Imagine que um determinado hospital já tenha alcançado o seu limite de 15% de cesarianas sobre o total, e uma mãe prestes a conceber opte pelo parto cirúrgico. Ela provavelmente será impedido ou coagida a desistir do método escolhido, para impedir que o hospital tenha problemas por ultrapassar o limite.
A intervenção do estado retira a liberdade das mães, e também dos médicos. É provável, que o parto cesáreo seja limitado apenas a casos extremos.
Aqueles que se apoderam do estado para impor aos demais suas vontades, se apresentam sempre protegidos por uma causa nobre. Não se discute aqui, se o parto normal ou o cirúrgico é melhor para mãe e bebê, é a liberdade que está em discussão.
"Um povo que abre mão de um pouco de liberdade em troca de um pouco de segurança não merece nenhum e perderá os dois" Benjamin Franklin
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O deputado Jean Wyllys que acredita que o seu cargo lhe permite impor suas opiniões a todos os demais. |
O deputado Jean Wyllys, que em outros projetos já defendeu a legalização da maconha, a obrigação de empresas construírem banheiros, favorecer em licitações as empresas com políticas pró-homossexuais, entre outros, segue a linha de pensamento dominante entre os políticos brasileiros. A que o estado deve usar sempre o seu poder de coerção para obrigar os cidadãos a adotar os comportamentos, que eles políticos, julgam corretos para cada um de nós.
Aparentemente, é muito difícil para o deputado conseguir o apoio da sociedade com argumentos. É aceitável que o governo oriente e busque conscientizar a população para adotar preferencialmente os partos normais. Esta é uma atitude que não retira a liberdade dos cidadãos e permite que possam tomar decisões de forma mais embasada. Mas, para pessoas como Jean Wyllys, as pessoas não tem a mesma capacidade de discernimento que ele tem. Se o nobre deputado acredita que mulheres devem realizar partos normais, ele não evitará usar o poder que um parlamentar tem para obrigar todos a agirem como ele.
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