É um Wes Anderson genuíno. Se gostou de outros trabalhos do diretor pode assistir sem medo. Se não gosta, evite. Se não conhece, arrisque-se a gostar deste filme.
Wes Anderson, desenvolveu um mundo particular para os seus filmes. A sua obra se assemelha aos mundos peculiares criados por Tim Burton, porém, menos sombrio e mais vivo.
O Grande Hotel Budapeste traz vários membros de equipe que trabalharam com Anderson em Moonrise Kingdom, como, Alexandre desplat na trilha sonora, Gerald Sullivan na direção de arte e Robert Yeoman na fotografia. Por isto, se você viu Moonrise Kingdom estará bastante familiarizado com esta obra, graças ainda a presença de Bill Murray, Tilda Swinton e Edward Norton, no elenco.
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| O Grande Hotel Budapeste. Da cidade de Nebelsbald, num país chamado Zubrowka |
A história se passa no período entre guerras, quando uma das hóspedes Madame D. (Tilda Swinton), morre e deixa de herança para Gustave, o seu bem mais valioso, um quadro de valor inestimável. A decisão de Madame D. enfurece seus parentes, especialmente o seu filho Dimitri (Adrien Brody), que fará de tudo para ficar com toda a herança para si.
A perseguição de Dimitri, através de seu capanga Jopling (Willem Dafoe), leva Gustave e Zero a viverem uma aventura para salvar suas vidas e fazer cumprir o desejo da velha senhora.
O país nos alpes de Zubrowka
Este filme de Anderson acontece num país fictício, no ponto mais oriental da Europa. A
fotografia de Yeoman, a arte de Sullivan e as trilhas de Desplat, tornam este mundo peculiar bastante próximo e verdadeiro. É assim, com Zubrowka, um pais excêntrico, de intelectuais e endinheirados loiros, no meio dos alpes.
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| Zubrowka |
A trilha de Desplat, é essencial para situar Zubrowka como uma país da Europa Oriental, utilizando vários instrumentos musicais, comuns naquela região, como, a citara, o cimbalon e a balalaica. Todos os elementos compostos para criar a atmosfera de um país real.
Uma aventura cômica
O Grande Hotel Budapeste tem um humor muito britânico, sutilmente escondido nas entrelinhas, às vezes quase imperceptível. É possível que você só perceba a graça de certas cenas, após algum tempo. Isto, se deve a boa sintonia entre diretor e elenco.
A cena em que Dimitri e Gustave se encontram frente a frente no sexto andar do hotel e inicia um festival de tiros, talvez seja umas das cenas de tiroteio mais cômicas da história do cinema, num confronto que é ao mesmo tempo tolo e sem noção.
O elenco também colabora. Ralph Fiennes e Tony Revelon demonstram uma boa química em tela, com um complementando o trabalho do outro. O lendário concierge e seu púpilo imigrante formam uma parceria de sucesso.
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| Cena do tiroteio e as geniais tomadas em perspectiva de Yeoman |
Um filme muito bom
O filme é muito bom. Está provocando alguns elogios exagerados, como o de melhor filme do ano, longe disto. Apesar de agradar em muitos aspectos, especialmente, pelas peculiaridades que Anderson lhe imprime, há momentos em que todo aquele universo fica um tanto cansativo. O que não é algo esperado para um filme de 100 minutos.
No geral, contudo, o filme é divertido, mesclando aventura, comédia, mistério e suspense. Na maior parte do tempo, é como se o próprio Gustave H. estivesse cuidando de tudo como o faz brilhantemente em seu Grande Hotel Budapeste.




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