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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Joaquim Levy não é um liberal

Desde que foi anunciado, o novo Ministro da Fazenda tem sido apresentado pela imprensa como um liberal. Provavelmente, devido a sua carreira no mercado financeiro e sua passagem pela Escola de Chicago, símbolo dos liberais americanos. Ou talvez tudo isto não passe de uma manobra política ensaiada.
O fato é que Joaquim Levy não é liberal. Não é porque frequentou Chicago que o nosso ministro será um Milton Friedman. Todas as suas ações até o momento vão no sentido diametralmente oposto ao que seria feito por qualquer liberal genuíno.
O ajuste fiscal até agora proposto pelo novo ministro não mexe no principal culpado pela crise na economia brasileira: o governo. Pelo contrário, todo o custo da crise está caindo sobre os ombros do trabalhador e das empresas. Enquanto, o Estado tem passado incólume pelas tesouras de Levy. Não houve qualquer sinalização no sentido de reduzir o número de ministérios ou cargos comissionados. Houve ainda o aumento nos salários do governo.
Fosse um Liberal, as medidas de Levy visariam em primeiro lugar reduzir a máquina pública. Foi a gastança estatal que levou o país à situação atual. No entanto, o Ministro optou pela via fácil. Pretende obter equilíbrio fiscal elevando receita do Estado. O que significa reduzir receita do cidadão que sustenta esta coisa toda.
As medidas do novo Ministro tendem a apresentar resultados positivos no médio prazo. Mas, por uma razão nada agradável. Todas as suas medidas são recessivas. Encarecem os custos de produção das empresas, retira competitividade da indústria nacional, reduz o crédito para o consumidor e diminui direitos do trabalhador. A recessão que estas medidas inevitavelmente irão provocar tendem a fazer a inflação voltar à meta na marra, bem como reequilibrar as finanças públicas. O custo disso será altíssimo. Desemprego e falência de empresas. Lembram das acusações feitas pela presidente aos candidatos de oposição durante a eleição? Pois é, tudo que a oposição faria é o que ela está fazendo.
Se Levy, no entanto, fosse liberal. As suas medidas visando reduzir o peso da máquina pública fariam com que o governo, único responsável por esta crise arcasse com o custo de superá-la, nada mais justo. O cidadão comum sairia ainda beneficiado de todo o processo. Com uma máquina menor os impostos cairiam, o que aumentaria os recursos disponíveis para as empresas e trabalhadores. Isto baratearia os investimentos e aumentaria o poder de consumo do trabalhador. Ao invés, de resolver a atual situação com uma recessão, se Joaquim Levy fosse de fato um liberal, a solução para a crise poderia vir acompanhada de crescimento econômico.
Infelizmente, para nós brasileiros, o novo ministro da Fazenda não é um liberal.
Indícios de Manobra Política Ensaiada.
A indicação de Levy, um homem do “mercado” parece ser uma manobra política ensaiada para tirar das costas do Partido dos Trabalhadores a responsabilidade pela atual crise econômica e pelas medidas amargas que estão sendo implantadas.
Assim que foi anunciada a indicação de Levy, algumas alas do partido se disseram contrárias à nomeação. A própria presidente que sempre abusou do horário gratuito na TV para fazer anúncios importantes do seu governo agora desapareceu. Deixou para o Ministro da Fazenda um “liberal” a responsabilidade de dar todas as notícias negativas à população, descolando a imagem da presidente das medidas.
Espera-se que a partir de 2017 as duras medidas implantadas comecem a apresentar resultados positivos o que daria tempo para que o governo voltasse a sua gastança eleitoreira habitual. O Partido dos Trabalhadores que agora se apresenta como contrário às medidas “liberais”  poderia se apresentar de caras limpas nas eleições presidenciais de 2018, como se não tivesse nada haver com o arrocho atual nas empresas e trabalhadores.
Se a própria presidente está desaparecida neste novo início de mandato. O que dizer do pai da obra, o ex-presidente Lula? Completamente sumido há algum tempo, parece que veremos a repetição de uma velha tática que é a razão de sua sobrevivência política. Dilma será queimada para que em 2018 o pré-candidato chegue com o discurso pronto de que fora traído por sua sucessora que adotou uma política econômica neoliberal dos “tucanos”. E, ele seria o único brasileiro vivo capaz de comandar o país virá para nos devolver os tempos de bonança, o único que só se preocupa com os pobres e não teme enfrentar os mercados e as “elites”. 
E, assim, com o discurso da mentira que marca os nossos tempos políticos os liberais acabam outra vez como os vilões do povo brasileiro. O Estado gastador age como se não tivesse nenhuma culpa no cartório. O Partido dos Trabalhadores segue com seu discurso do nós bonzinhos eles vilões. E o Brasil e o povo brasileiro seguem servindo de bobos chamados para pagar a conta.
Que fique então esclarecida a farsa: Joaquim Levy, Ministro da Fazenda de Dilma não é liberal. A crise atual foi criada pelo ex-presidente Lula. E estas medidas amargas são o puro modelo petista de gerir o governo e a economia.

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